Democratizar é prioridade para construção civil
Tendo registrado redução no ritmo de crescimento nos últimos meses, o setor da construção civil tem como uma das prioridades, para este ano e o próximo, minimizar os entraves burocráticos que se apresentam desde a elaboração dos projetos até depois da conclusão das obras. Mesmo com o arrefecimento registrado desde 2012, com a queda da produção no País, a expectativa para 2014 é avançar mais do que o esperado para este ano.
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Paulo Simão, 2014 será um ano melhor do que 2013 para o setor Foto: Natinho Rodrigues “Nós ainda temos muitas regras, muitos entraves que aparecem quando você vai aprovar um projeto, quando vai pedir licenciamento, quando vai no cartório registrar o projeto”, aponta o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão.
Custos maiores
Segundo afirma, o excesso de burocracia ligado a todo o processo tem impactado nos custos para o setor e, consequentemente, no preço dos imóveis para o consumidor. “Hoje, onde nós temos menos problema é na produção. Mas uma obra que poderia ser finalizada em 12 ou 15 meses às vezes demora 30 meses ou mais. Precisamos trabalhar isso, senão nós vamos enfrentar problemas gravíssimos daqui pra frente”, comenta o presidente.
Para este ano, informa Simão, a expectativa é que o setor cresça em torno de 3%, “ou até menos do que isso, o que não é muito bom, porque existe mais potencial”. Desde meados de 2012, justifica, houve uma queda significativa na produção, embora o volume de financiamentos tenha se mantido no período.
Pouco avanço
Isso aconteceu, complementa, porque muitas construtoras aproveitaram para “desovar” imóveis. “O que é bom, porque até abre o caminho para produzir mais e também atende uma camada da população que precisava desses imóveis, mas também pouco contribui para o avanço do setor e do País, porque o valor que se agregou (com as construções) já foi considerado antes”, pondera.
De todo modo, destaca, não há proximidade de crise ou bolha no setor, que, ressalta, ainda passa por um momento favorável, com previsão de crescimento já nos próximos meses. Um dos indicadores positivos para a construção civil foi o estoque elevado de financiamentos imobiliários concedidos às famílias em agosto último, chegando a R$ 314,9 bilhões.
Com esse resultado, o crédito imobiliário superou pela primeira vez o crédito pessoal, que somou R$ 311,5 bilhões no mesmo mês. “Isso foi resultado de um trabalho que vem se desenvolvendo desde 2004. Quando a gente começou (em 2004), o campo imobiliário representava 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do País. Hoje, já está entre 9% e 10%”, ressalta.
Fonte: CBIC